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     02/05/2024            
 
 
    

Até algum tempo, era relativamente difícil convencer produtores pecuaristas da viabilidade de intensificação e melhoria das condições de sua empresa. A discussão sobre o assunto resumia a debate sobre o que seria melhor: baixa ou alta tecnologia. Hoje em dia o produtor não questiona mais a viabilidade; a questão é como fazer para melhorar a empresa, quanto investir e como administrar o fluxo de caixa. Trata-se de um avanço, pois meio caminho andado para se chegar a uma solução, é identificar o problema.

Atualmente o pecuarista reconhece que a baixa produtividade por área é uma das características que reduz os ganhos da pecuária de corte no Brasil.No entanto, mesmo sabendo da necessidade, resta ainda um obstáculo considerável a ser vencido, que é a disponibilidade de capital para investir.Melhorar a produtividade de qualquer empresa é sinônimo de investimentos em estrutura, pastagens, treinamento, equipamentos e maquinários. Há também de se investir no próprio rebanho, pois aumento de produtividade implica em aumentar a carga animal da empresa. “Haja dinheiro”, dizem alguns.

Ótimo! Trata-se de um obstáculo. Mas nunca, ninguém, conseguiu nada sem que em algum momento desafiasse obstáculos, mesmo alguns que parecem intransponíveis. É preciso planejar e, dentro do possível, avançar alguns passos.Para que estes passos sejam ordenados, na direção certa, é preciso que tudo esteja previamente planejado, permitindo que o empresário construa gradativamente as bases para uma empresa mais competitiva, mais produtiva.

É importante frisar que o dinheiro é um recurso valioso e, caso não haja tal planejamento, os investimentos acabam não sendo coordenados e podem fugir do principal objetivo, que é justamente melhorar os resultados econômicos da propriedade.

Sabemos que são nos anos de preços melhores que normalmente os produtores acabam “comprando” bens de capital novos e substituindo os bens mais antigos. Evidente que tal decisão é importante, porém caso não seja feita com critérios pré estabelecidos, o empresário poderá aumentar os custos fixos de produção para os próximos anos.  O investimento que deveria agregar valor acaba por agregar custo.Essa armadilha deve ser evitada a todo custo.

Enfim, nesse sentido, um serviço que geralmente é oferecido a produtores é um diagnóstico e uma análise de melhoria da competitividade da empresa. Sendo assim apresentaremos um exemplo de um estudo em uma propriedade localizada em Goiás, cujo caso foi apresentado em recente palestra proferida pela Bigma Consultoria.

A fazenda, de ciclo completo, operava com natalidade de 78%; idade de abate em 32 meses; desfrute médio do rebanho em 27,13%; lotação de 0,84 unidades animal (450 kg de peso vivo) por hectare; rebanho de 14.340 cabeças em 11.950 hectares de pastagens.Havia um funcionário para cada 288 cabeças. Não apenas os vaqueiros, mas toda a equipe da fazenda. O tempo de vida das pastagens estava estimado em 12 anos. Bom, estes são alguns dos indicadores que foram trabalhados.A fazenda lucrou R$61,05 para cada hectare em produção no período de julho de 2008 a junho de 2009. Os valores foram atualizados por preços de mercado para dezembro de 2009.

Observe, na figura 1, a participação dos componentes de custos de produção nesta propriedade.


O gráfico em formato de pizza é uma ótima ferramenta para se visualizar rapidamente a composição dos custos e iniciar o estabelecimento de um diagnóstico.

Por exemplo, quanto maior for a participação nas depreciações, menor o aproveitamento dos bens de produção da empresa. Em outras palavras, a estrutura presente permitiria maior produção em relação à atual. A conseqüência é custo fixo alto.Enfim, finalizado o diagnóstico, e em parceria com a Coan Consultoria, estabelecemos um plano para melhorar os resultados da empresa.

O plano, arquitetado junto com o próprio produtor e com sua equipe de campo, estabeleceu como metas atingir os seguintes índices zootécnicos: 

- Natalidade: 83%
- Tempo para abate: 26 meses
- Desfrute: 31,52%
- Lotação: 2,35 UA/ha
- Aproveitamento por funcionários: 806 cabeças de gado/pessoa
- Rebanho: 40.152 cab
- Pastagens e volumosos para seca: 11.950 ha
- Vida útil das pastagens past.: perenização, mas consideramos 40 anos

Considerando todos os detalhes, investimentos e orçamento para se atingir a meta, os custos de produção se comportariam conforme a figura 2, exposta a seguir.

Observe como se reduz a participação dos custos com funcionários, administração e depreciações em relação à figura 1. Aumenta consideravelmente a participação dos custos de insumos agrícolas, indicando que há uso de corretivos, fertilizantes e defensivos. Aumenta também a participação dos custos de alimentos e mineralização, indicando maior atenção com a nutrição dos animais.Lembre-se que a participação nos custos, expostas em gráficos modelos de pizza, é proporcional. Ou seja, não há alteração pelo fato do número de cabeças ter aumentado.

A tecnologia de produção agrícola e a melhor nutrição animal, além de proporcionar ganho de produtividade, otimiza o esforço humano da propriedade. O uso de herbicidas e a fertilização de pastagens demandam bem menos quantidade de diárias de trabalho, do que a reforma de pastos e a roçada, seja ela manual ou mecanizada.Mesmo que a reforma de pastagens seja considerada como investimentos, aqueles funcionários envolvidos sempre constarão na folha de pagamento, onerando a fazenda.Por isso a meta era atingir mais de 40 mil cabeças com a mesma quantidade de funcionários, apenas remodelando as funções e salários. Melhor qualidade de vida para os envolvidos e melhor produtividade.

Na tabela 1 é apresentado um maior detalhamento dos custos e resultados da empresa no diagnóstico, na meta planejada e durante alguns passos pelo percurso de investimentos e melhoria da empresa.

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